quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Espanhois investem na Bahia

Animados com as boas notícias de outros patrícios em território baiano, os espanhóis do Fiesta Hotels Group aportaram de vez na Costa dos Coqueiros. Desde o início de outubro o grupo opera em Imbassaí, distrito de Mata de São João a 67 km de Salvador, o Grand Palladium Imbassaí, um dos maiores lançamentos do mercado de resorts do ano.

Como o também espanhol Iberostar, o Grand Palladium é um resort para as massas, no sistema all-inclusive, ideal para quem quer relaxar em família, mas sem abrir mão da diversão. São 654 apartamento (todos suítes júnior) em 11 prédios, distribuídos numa área total de 400 mil metros quadrados. Os quartos são extremamente confortáveis, com TV de LCD, camas king size, sala anexa e varanda. Só faltava uma rede. Afinal, estamos na Bahia ou não?
A decoração do hotel também merece destaque, principalmente pelas três esculturas de ferro na recepção, remetendo ao cotidiano dos pescadores. O responsável por essas e por quase todas as obras espalhadas pelo resort é o artista plástico Bel Borba.
O coração do resort é a enorme piscina central, com diversos recantos e profundidades, ao redor da qual centenas de espreguiçadeiras se espalham. Nela, um lugar em especial é o mais disputado: o bar molhado A Lagoa. Com sombra o dia todo e bebidas de todo tipo liberadas, está sempre cheio, das primeiras horas do dia ao pôr do sol.
No melhor clima do "já pintou o verão, calor no coração", a diversão é a marca registrada do Grand Palladium. Na piscina central, animadores promovem de hidroginástica a concurso de declarações de amor. Fora dela, monitores deixam crianças e adolescentes ocupados o dia inteiro. À noite, o teatro com capacidade para até 600 pessoas tem atrações musicais, de dança e até de humor.
Mas há ilhas de tranquilidade em meio a essa atmosfera por vezes excessivamente barulhenta. A melhor é o spa. Há opções de massagens e tratamentos estéticos, pagos à parte. O diferencial, entretanto, é a área de acesso livre, que inclui uma piscina com hidromassagens e outras modalidades (jatos d'água, cadeiras massageadoras) e saunas. Há ainda a piscina O Segredo, exclusiva para maiores de 16 anos. Afastada da principal, com o fundo sonoro preenchido com música lounge e às vezes jazz.
Sem música, a praia também é um oásis de tranquilidade, principalmente por estar bastante afastada do centro "urbano" do resort. Para chegar a ela, é preciso caminhar alguns minutos (ou pegar carona num dos carrinhos que fazem o trajeto) por uma passarela de madeira sobre o leito do Rio Imbassaí. Lá, além de guarda-sois e cadeiras de praia, o hotel oferece um bar quase na areia.
Uma área mais próxima do litoral passará a ser mais ocupada a partir do final de 2011, para quando está prevista a inauguração de 210 suítes do tipo master e dois restaurantes temáticos, além da construção de uma piscina de borda infinita.
Cerca de 80% dos funcionários do hotel vêm da população do entorno, atendendo à determinação municipal de empregar mão de obra local. A falta de experiência da grande maioria deixa o atendimento confuso nesses primeiros meses. O mesmo se pode dizer da gastronomia. Nos três bufês a comida é farta, mas não muito saborosa. Mas há outros três restaurantes temáticos (indiano, japonês e rodízio de carne), que precisam de reserva em épocas de maior lotação do hotel.
Há diversas opções de bares também. Os da piscina dos adultos e do lobby também são bem concorridos. Mas o melhor é o piano-bar Bossa Nova, também no lobby, num ambiente mais exclusivo, onde há um pianista sempre tocando temas de MPB e standards do jazz, e as bebidas são de melhor qualidade, sobretudo o uísque e a que compõe os drinques.
Apesar de o hóspede encontrar quase tudo dentro dos limites do hotel, não pode dispensar ver o encontro do Rio Imbassaí com o mar. A bela paisagem (mar azul, areias brancas e coqueiros mil) faz a meia hora de caminhada pela areia passar rápido. Quem preferir ir de carro ou pegar um táxi (R$ 20) até a vila de Imbassaí (que dispensa grandes atenções), pode descer o rio de jangada, pagando R$ 2 por pessoa.
No final das contas, vale a pena a pequena aventuramini-aventura. E um banho de rio no final, podendo sentar em uma barraquinha para um peixe frito e uma cerveja gelada, é mais que uma recompensa. É uma escapada rápida à vida real.
Conforto e tradição na beira da praia
Quando fincou sua bandeira do turismo ecologicamente responsável, o Ecoresort Praia do Forte ainda não tinha como vizinhos megacomplexos hoteleiros nem o sistema all-inclusive havia virado regra no litoral norte baiano. Vinte e cinco anos se passaram e pouco mudou na essência do resort, administrado desde 2006 pelo grupo português Tivoli.
Com 292 apartamentos (todos virados para o mar), a intensão principal é proporcionar a sensação de exclusividade ao hóspede. Que pode passar o dia inteiro olhando para o mar numa das espreguiçadeiras na beira da praia ou aproveitando uma das três piscinas. A melhor, sem dúvidas, é a de borda infinita, cujo horizonte praticamente se mistura com o do Atlântico.
De preferência sem se preocupar com a conta, mais cara que a média da região. Um dos símbolos dessa sofisticação é o Bubble Bar Chandon, na beira da praia, inaugurado em setembro, onde são servidos somente espumantes.
Para as crianças, há a área infantil Careta-Careta, serviços de babás e atividades com biólogos e monitores, focadas na questão ambiental. Há visitas guiadas também ao Projeto Tamar, bem perto dali, na vila da Praia do Forte.
A gastronomia é um destaque positivo. São três restaurantes supervisionados pelo chef soteropolitano Josemar Passos. O principal, onde são servidos café da manhã e jantar (inclusos na diária), chama-se Goa. O bufê prima pela variedade, com espaço igual para a culinária baiana e a cozinha internacional, com muitos frutos do mar.
Os demais restaurantes, Tabaréu (também sushi-bar) e À Sombra do Coqueiral, servem almoço e jantar, a la carte, (bem) cobrados à parte. Em ambos, a vista faz parte da refeição: o primeiro fica de frente para a praia, e o segundo, para os lagos artificiais do jardim.
Os hóspedes também têm acesso ao Thalasso Spa (também pago separadamente), com uma gama de tratamentos estéticos e de relaxamento, com destaque para a talassoterapia. A área também inclui piscinas de relaxamento e uma academia bem equipada. E há ainda tendas especiais para massagens próximas à praia.
Mas dificilmente algo é mais relaxante no Tivoli que apreciar a praia à noite. Como ali é local de desova das tartarugas marinhas e a luminosidade interfere na determinação do sexo dos filhotes, não há iluminação qualquer na beira da praia. O que permite observar o céu com uma clareza impossível nas grandes cidades.
Sauípe: reformulação geral
Ao completar dez anos de vida a Costa do Sauípe passou por profundas mudanças. Das redes de hotéis internacionais que se instalaram ali restou apenas o Superclubs Breezes, mas por pouco tempo: assim como as pousadas e os outro quatro hotéis do complexo, a partir de janeiro também começará a ser operado para Sauípe S.A., empresa que administra o resort.
A reestruturação dividiu de maneira mais clara cada um dos hotéis. Quatro funcionam no sistema all-inclusive, mas o melhor deles, o Sauípe Premium, voltado mais para casais, trabalha em regime de meia pensão, com bebidas pagas à parte. Já as quatro pousadas têm apenas café da manhã embutido no valor da diária e é possível comprar um passe diário que dá acesso às piscinas e aos comes e bebes dos hotéis que funcionam no regime all-inclusive.
Nessa mudança quem ganhou mesmo foram as crianças, que agora dispõem de um kid's club muito bem montado, com direito a restaurante exclusivo. Para os pequenos o pacote de atrações se completa com o centro náutico, com pedalinhos e caiaques, e com o Sauípe Country, uma fazendinha com diversos animais e atividades rurais.

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